faleceu na noite de ontem o senhor Belizário Pereira de Souza, O Zalo, da dupla Zilo e Zalo.
Seu corpo está sendo velado no Velório Municipal, de onde sairá para sepultamento às 14 horas de hoje.
Zilo & Zalo
Aníbio Pereira de Souza, o Zilo, nasceu no Sítio Ribeirão dos Cubas em Santa Cruz do Rio Pardo-SP em 01/03/1935 e faleceu em São Paulo-SP em 06/01/2002. Belizário Pereira de Souza, o Zalo, na
sceu também no mesmo sítio em Santa Cruz do Rio Pardo-SP em 1937.
Trabalhavam na lavoura com o pai que também dançava catira nas festas do lugar. Começaram a cantar com apenas 11 e 9 anos de idade nos bailinhos, coretos e festas paroquiais nos fins de semana e também nas tradicionais Festas de Santos Reis. Aprenderam a cantar e também a tocar violão, viola e cavaquinho. Por essa época começaram também a compor algumas modinhas.
Em 1954, eles eram Pereré e Pinguinha e cantaram durante seis meses diversos sucessos das duplas mais conhecidas da época (dentre as quais Tonico e Tinoco, Zé Carreiro e Carreirinho e Vieira e Vieirinha), na Rádio Difusora de Santa Cruz do Rio Pardo-SP.
E, no mesmo ano de 1954, Zilo e Zalo mudaram-se juntamente com a família para a Paulicéia Desvairada, onde Aníbio passou a trabalhar num almoxarifado e Belizário passou a trabalhar com o pai num armazém de cereais.
Foi na Vila Nova Cachoeirinha que eles se apresentaram pela primeira vez no Circo Rancho Alegre, de Paiozinho. Agradaram o público e, conseqüentemente, receberam o convite para participar do programa "Na Casa dos Fazendeiros", de Paiozinho e Zé Tapera, na Rádio Cultura. E foi nessa ocasião que Aníbio e Belizário assumiram o nome artístico de Zilo e Zalo.
Em 1956, a convite do compositor e radialista Zacarias Mourão, passaram a participar da programação sertaneja da Rádio Bandeirantes, onde permaneceram até 1961 e se apresentaram também nos programas "Serra da Mantiqueira", "Brasil Caboclo" e "Novidades Sertanejas".
E em 1958, a convite de Cascatinha, que era diretor artístico do selo Todamérica, Zilo e Zalo gravaram seu primeiro disco, um 78 RPM contendo as músicas "A Volta do Seresteiro" (Zalo - Benedito Seviero) e "Adeus do Mineiro" (Teddy Vieira - Piraci).
A partir de então, iniciou-se a trajetória de sucesso e a dupla foi contratada pela gravadora Continental. São dessa época alguns dos seus principais sucessos, dentre eles, "Castigo Merecido" (Zalo - Alcindo Machado), "O Silêncio do Seresteiro" (Zilo - Benedito Seviero) e "Engano do Carteiro" (Léo Canhoto), apenas para citar algumas.
Zilo e Zalo foram também a primeira Dupla Caipira a lançar e vender discos no exterior: após o sucesso de “Grande esperança” (Goiá - Francisco Lázaro) gravada em 1965, a Chantecler lançou no ano seguinte um compacto simples, que foi um trabalho beneficente, comercializado somente no mercado internacional, contendo as músicas "Castelo de areia" (Carreirinho) e "Grande esperança" (Francisco Lázaro - Goiá).
Zilo e Zalo passaram também por diversas emissoras de Rádio, dentre as quais a Nove de Julho, a Nacional (atual Globo) e também a Record, onde permaneceram de 1973 a 1982 no "Linha Sertaneja Classe A", programa que era apresentado pelo compositor Sebastião Vitor e, mais tarde, pelo famoso Zé Béttio.
Em 1983, deixaram os programas de rádio e passaram a se dedicar exclusivamente aos shows.
Percorreram diversos Estados Brasileiros, onde obtiveram reconhecimento e gravaram, ao longo da brilhante carreira, mais de 400 músicas, tanto composições próprias como também de outros compositores, além de parcerias diversas. Foram diversos sucessos inesquecíveis, dentre os quais, "O Milagre do ladrão (Léo Canhoto - Zilo), "Alma do Ferreirinha" (Zilo - Jeca Mineiro), "Feitiço espanhol" (Goiá - Zacarias Mourão), "Boiadeiro errante" (Teddy Vieira) e "Caminheiro" (Jack), apenas para citar alguns.
Zilo sofreu um derrame no segundo semestre de 2001. E, próximo do Natal desse mesmo ano, foi hospitalizado no Instituto do Coração (INCOR) de São Paulo-SP, vítima de um segundo derrame, o qual deixou sua saúde bastante debilitada e, pouco antes de completar 67 anos, um terceiro derrame vitimou Aníbio Pereira de Souza, era final da tarde do Domingo 06/01/2002.
Zilo foi sepultado na tarde de Segunda-Feira, 07/01/2002, em São Paulo-SP. No mesmo dia, foi homenageado pelo apresentador Noel Júnior num programa especial na Rádio Difusora de Santa Cruz do Rio Pardo-SP que, conforme já foi dito, foi a primeira emissora onde Zilo e Zalo se apresentaram.
(Referências: Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira, Gravadora Revivendo e Home Page Oficial dos Violeiros do Brasil)
Discografia:
Compactos:
Adeus do mineiro/A volta do seresteiro (1958)
Violão amigo/Castigo merecido (1959)
Se não fossem as mulheres/O silêncio do seresteiro (1960)
Queixas de amor/Alma inocente (1960)
Tango da meia-noite/Queixas de amor (1960)
O mesmo amigo/Nunca mais (1960)
Escuta minha canção/Mulher inocente (1961)
Alma aventureira/Covardia (1961)
Sombra do passado/Preço da traição (1961)
Meu fracasso/Arrependida (1961)
Adeus do mineiro/A volta do seresteiro (1961)
Serenata do adeus/Flor da bohemia (1962)
Remorso/Conselho (1962)
Mensagem de amor/Pecado mortal (1962)
Meu regresso/Mágoa sentida (1962)
Meus olhos nos teus/Sem ela não sei viver (1963)
Engano do carteiro/Querer bem (1963)
Amarga confissão/Tango da traição (1963)
Vingança do caçador/Alma do Ferreirinha (1963)
Canção da madrugada/Aliança abandonada (1964)
Feitiço espanhol/Louca ilusão (1964)
Álbuns
Zilo e Zalo cantam para os fãs (1960)
Zilo e Zalo volume 3 (1992)
Zilo e Zalo em modas de viola (1995)
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