Gazeta – 27.02.2013 M E T R A L H A D O R A - Maurinho Adorno
A velha campanha
política está de volta
A campanha presidencial para a eleição de 2014 está deflagrada e os postulantes ao cargo e seus correligionários já começaram a prática da velha política brasileira, onde prevalecem as ofensas, as mentiras e as críticas, algumas justas e outras desprovidas de quaisquer fundamentos. Roto falando do esfarrapado é a síntese do quadro. Não há dúvida de que foi iniciada a luta pelo poder em busca de satisfazer o egocentrismo. Ninguém, até o presente momento, apresentou propostas para a solução de problemas graves que o país atravessa nos campos econômico e social. Pela leitura dos jornais dá para se antever o mar de lama da iniciada corrida sucessória. É interessante e imprescindível que o eleitor acompanhe os acontecimentos e as bravatas para que forme juízo para depositar seu voto consciente na urna.
Ao citar alguns comentários, eu destaco uma colocação mentirosa da presidente Dilma Rousseff, em solenidade do Partido dos Trabalhadores. Disse ela: “não herdamos nada; nós construímos”, referindo-se ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Não defendo FHC, mas não se pode negar a ele o mérito de implantar o “Plano Real”, responsável pela estabilização da economia e pelo fim da inflação galopante. Também em seu governo, as privatizações, especialmente das telecomunicações, deram o respaldo para o crescimento do país nos últimos anos. Essas privatizações, criticadas outrora pelo PT, se tornaram a bandeira do governo Dilma, como é o caso dos aeroportos, apenas para dar um exemplo.
FHC, defensor da candidatura de Aécio Neves e em plena campanha, saiu no ataque, chamando a presidente de “ingrata”. Disse ainda que ela “cospe no prato que comeu”. Bate-boca instalado. Falastrão como nunca se viu na história deste país, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou de peito contra seu adversário, “eu acho que Fernando Henrique Cardoso deveria, no mínimo, ficar quieto”. Lula e FHC irão se digladiar nesses dois anos. Em parte, estão certos. Um deles, pretendente voltar ao poder, após uma possível reeleição de Dilma, e o outro tentando emplacar uma aura de estadista. Ambos egocentristas, porém, políticos de renome, que deveriam fazer uma política de alto nível, deixando um legado no mínimo de educação às futuras gerações.
Com a “Rede” armada - nome de seu novo partido -, a pré-candidata Marina Silva está se colocando como uma economista, doutora “honoris causa” da Faculdade de Economia de Xapuri, cidade acreana, terra do saudoso comentarista esportivo Armando Nogueira. Chegou ao cúmulo de dizer que a presidente Dilma Rousseff, o PT e o PSDB não foram capazes de entender o modelo de desenvolvimento da atualidade. Ela sabe? Marina é professora, pobre, de origem humilde e tem uma visão social importante para os brasileiros. Mas, se colocar como o suprassumo do pensamento econômico contemporâneo é prepotência elevada ao cubo. Ou à enésima potência.
Com a língua afiada que lhe é peculiar, o ex-ministro Ciro Gomes está soltando faísca pelo simples fato de ser alijado pelo seu partido, o PSB, para disputar a eleição presidencial de 2014. Para ele, “Eduardo Campos, Aécio Neves e Marina não têm nenhuma proposta”. Diz que eles não conhecem o Brasil. É conversa de despeitado. Mais ainda, falta com a ética com o candidato de seu partido, Eduardo Campos. Se minha editora, Juliana Domingues, não cortar, digo que é “porra louca”. Enfim, são esses políticos que começam a abrir as cortinas de um espetáculo degradante. Aguardem, pois vem muita baixaria e muito besteirol no espetáculo circense da política.
Mauro de Campos Adorno Filho
e ex-diretor dos jornais Gazeta Guaçuana e O Impacto.
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