Cantinho O IMPACTO 03.08.2013
The Mamas & The Papas,
os novos Sumos Pontífices
Maurinho Adorno
O papa, Jorge Mario Bergoglio, autodenominado Francisco, não tem papas na língua. Falou a jovens e adultos, sem temer as consequências de suas palavras, especialmente quando atacou a corrupção, um mal presente em nosso cotidiano. Tudo o que falou fica para a nossa reflexão e ação. Em sua visita ao Brasil, ele não falou sobre a escolha de seu nome. Jesuíta, pretende trazer ao mundo moderno o modo de vida e a pregação de São Francisco de Assis. Escolheu certo.
Esse negócio da escolha de nome de papa me deixou curioso. Fui pesquisar alguns nomes, mas não encontrei – em diversos deles – uma ligação tão clara e apropriada como a do Bergoglio. Entre os anos 116 e 125, um italiano de origem grega resolveu se chamar Papa Sisto. Depois dele vieram mais cinco Sistos. Não consegui descobrir o significado. Por um momento pensei que tivessem grafado errado – seria Cisto. Mas, esse cisto conhecido é muito comum no ovário e na mama. Nada a ver com o papa Sisto, pois ele era homem. Aliás, não poderia ter uma papa? Não, porque papa e papinha é coisa de criança! Certo?
Acho até que o papa Sisto tramou os pauzinhos para eleger seu sucessor, um grego que resolveu ser batizado como papa Telésforo. Denominação estranha, mais parecida com nome de teleférico, transporte que era impensável nesses primeiros séculos após a morte de Jesus Cristo. Existiram também seis papas que resolveram se chamar Urbano. Não vi nenhum chamado papa Rural; seria uma grande homenagem aos agricultores, especialmente aos que se dedicam ao cultivo do trigo, do pão nosso de cada dia.
Zacarias comandou o Vaticano entre 741 e 752. Inicialmente, pensei que fosse artista cômico, parente daquele parceiro de Dedé, Didi e Mussum, de “Os Trapalhões”. Não deve ter sido, pois se o fosse não ficaria como chefe supremo da Santa Sé por 11 anos. Faria muitas trapalhadas. Papa Dono assumiu o papado de 676 a 678. Como a Igreja Católica não tem dono – os donos são os fieis – papa Dono ficou menos de dois anos no cargo, exatamente 545 dias.
Acho que na época de Cristo já existia a Associação Protetora de Animais, pois doze papas resolveram se chamar Pio. Deviam ser amantes de aves, especialmente da coruja, com seu pio agourento. Esses papas de outrora faziam uma confusão danada em relação aos seus nomes. Três deles resolveram autodenominar-se Leão, acredito que em homenagem ao rei das selvas. Nenhum era africano. Interessante é que os três papas africanos não homenagearam seu leões, girafas, elefantes, zebras. Papa Zebra poderia dar zebra, eu penso.
No período entre 638 a 640, o papa Severino governou a Santa Sé. Por momentos cheguei a conjecturar que seria ascendente de Severino Cavalcante, o hilário presidente da Câmara dos Deputados que subornou o dono do restaurante Fiorella, em Brasília. Severino renunciou. Seu xará, o papa Severino, morreu de desgosto, depois que o imperador Heráclito determinou um gigantesco saque à cidade de Roma e às suas igrejas.
A minha maior preocupação é com os nomes dos futuros papas. É um direito de todos eles usarem os seus próprios nomes para o exercício do papado. Não sei o motivo, mas me veio à mente a belíssima loira Luisa Mel, atriz e apresentadora de televisão. Fiquei imaginando se um parente dela chagasse a Sumo Pontífice e resolvesse se chamar papa Mel. Papa-mel é uma ave e isso não seria legal: primeiro, porque é um pássaro negro e ela é loira e, segundo, porque a atriz é fissurada em cachorros.
Alceu Gaio é um político de Itaiópolis, Santa Catarina. Perdeu as últimas eleições. Se ele se candidatar à sucessão de Francisco, já disse que se chamará Papa Gaio. Obviamente será o papa mais tagarela da história do catolicismo. No momento temos dois papas, o emérito Bento e o ativo Francisco. Poderia até ter mais. Numa segunda-feira, por exemplo, se a chaminé do Vaticano soltar cinco vezes a fumaça branca, indicando que escolheram cinco papas, o nome deles poderia ser The Mamas & The Papas, desde que a Igreja aceitasse compartilhamento de mulheres no papado.
Um dos nomes que nunca concordei foi Bento – tivemos 16 deles – por uma razão simples: um religioso pode assumir o papado sem ser bento? É muita incoerência. E encerro essas altíssimas considerações filosóficas, deixando uma indagação aos leitores: será que o papa Bento renunciou porque não era bento?
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