O país onde o crime compensa. E muito.
Uma sorridente ruiva posa para uma foto no interior de São Paulo: é Suzane von Richtofen, condenada a 39 anos de prisão por arquitetar o assassinato de seus pais, passeando em liberdade temporária.
Suzane sabe o que faz e, principalmente, onde faz: Brasil. E aqui, quem menciona a ideia de penas mais severas para crimes mais graves é chamado de fascista-nazista-reacionário. A pauta não anda. Há uma loucura coletiva que finge não perceber que as leis e suas aplicações não funcionam na prática. Não há, quando um crime grave é cometido, e são 60 mil por ano, alguma discussão séria sobre a aplicação de prisão perpétua para crimes como assassinato e sequestro, por exemplo. Tudo cai no esquecimento.
Suzane não está sozinha. O goleiro Bruno, mentor do assassinato de Eliza Samudio, mãe de seu filho, há pouco tempo autografava para pequenos fãsno gramado de um clube que o contratou como "jogada de marketing" — o presidente do time, sem qualquer constrangimento, elogiava as habilidades do "atleta". Virou notícia, mas durante poucos dias. Novamente, nenhum parlamentar mobilizou-se para propor alguma mudança. Só há mobilização por "diretas", para trazer um réu para presidência do país.
E por falar em parlamentar e o quanto o crime compensa no Brasil, a senadora Gleisi Hoffman, ré na Lava-Jato, foi eleita presidente do PT, sob a tutela do ex-presidente, também réu, Lula. O mesmo Lula que disse que "não tinha influência no Partido dos Trabalhadores".
Quem prestigiou o 6º Congresso Nacional do PT, que levou à eleição de Gleisi, sorridente como Suzane, foi o condenado Delúbio Soares. Condenado no Mensalão e no Petrolão. Não espanta, principalmente por lá tratarem bandidos como "heróis do povo brasileiro".
Os exemplos de impunidade ou punição-parcial são infinitos, assim como a romantização da vida bandida na cultura e no imaginário nacional, e quando uma sociedade descuida do contrato entre os mortos, os que vivem e os que estão para nascer, como muito bem definiu Edmund Burke após a Revolução Francesa, ela está fadada à ruína. E o Brasil, há muito, parece ter jogado este contrato no lixo.
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