Ditado Sertanejo – Tião Carreiro e Pardinho
Olá pessoal! Depois de um longo e ocupado outono, estamos aqui novamente para compartilhar e aprender um pouco da cultura caipira com vocês. A dupla de hoje são os mestres da música sertaneja de raiz, Tião Carreiro e Pardinho, que dispensam apresentações. Sua estréia aqui em nosso blog é com a música Ditado Sertanejo, que traz em suas linhas vários ditados sertanejos interessantes, que talvez nem todos conheçamos, ou não saibamos seus significados. Nos ajudem nos comentários a entender melhor o que esta música nos ensina. Bom proveito!
No lugar que canta galo, de certo que mora gente.
Que é muito bonito é lindo, que muito feio é indecente.
A água parada é poço, riacho é agua corrente.
Toda briga de muié, o que faz é lingua quente.
Onde tem moça bonita, de certo que tem namoro.
Onde tem muié baixinha, tem relia e desaforo.
Mistura sogra com nora, pode ver que ali sai choro.
Na vila que tem polícia, banho de pau d’água é couro.
Amor de mulher rusguenta, catinga jaratataca.
Doença do rico é gripe, doença do pobre é ressaca.
Dança de rico é baile, dança do pobre é fuzarca.
O rico educa na escola e o pobre educa no tapa.
O que agrada moça é carinho, o que agrada véio é café.
O homem que fala fino, não é homem nem mulher.
A mulher que fala grosso, ninguem não sabe o que é.
O lar que não crêr em Deus, quem domina é o Lucifer.
O que faz sapo pular, tem que ser necessidade.
Pessoas que falam muito, nem todos diz a verdade.
Com o tempo a flor perde a cor, e nóis perde a mocidade.
O janeiro traz velhice, e a velhice traz saudades.
“Banho de pau d’água é couro”: não achei referência mas indica… surra!
Catinga: Cheiro desagradável
Jaracataca: ou Jaritataca, “também com os nomes populares de jitira, jaratataca, jacarambeva (sul de minas), gambá e cangambá [...]. Tem como arma de defesa a secreção de um líquido de odor bastante desagradável.”
Fuzarca: Farra, folia
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